Há dias veio-me parar às mãos o último livro de Furuya, "Aus den Fugen", 2007,
e na capa Christine Gössler em visita ao Japão, terra de Furuya. Casar-se-iam pouco depois e Furuya retrata Christine, a sua noiva em frente ao mar Nishi-Izu. Mesmo em presença da fotografia é difícil ao observador ver as duas marcas, uma no pulso outra no pescoço de Christine, marcas de um suicído falhado poucos dias antes de Furuya a ter fotografado.
Durante sete anos, os anos que duraram o casamento Furuya fotografou Christine, e como ele próprio diz “I feel obliged to keep photographing the woman who means capturing time and space”, depois o suicídio, desta vez, a janela do apartamento em Berlim era suficientemente alta para Christine conseguir escapar. Passados doze anos do suicídio, 1985, Furuya recua lentamente no tempo à procura daquela que amou, procurando no seu rosto a revelação do que estava tão bem escondido. E ao contrário de Roland Barthes, que sózinho no apartamento onde a sua mãe acabara de morrer contempla à luz do candeeiro as fotos da sua mãe, procurando o rosto que amara, e ao descobri-la, a foto do Jardim de Inverno, não a mostra ao leitor, Furuya sente a necessidade de partilhar.
Será um mau preságio o sorriso de Christine junto ao mar Nishi-Izu? Para o observador que desconheça a história de Christine, a fotografia que a capa do livro reproduz, talvez seja banal. Para Furuya, que a olha passados doze anos a singularidade de uma emoção. Será só dele? É ao olhar para o passado que Furuya vai reconhecendo as diversas fases da depressão de Christine, e foi ao olhar para as fotografias expostas, que a singularidade da emoção deixa de ser só dele e o espectador é invadido. Para Furuya “While I am organizing the document once again, I come across her every day”. Agora cada exposição e livros, que gosta de chamar Mémoires, um retrabalhar de fotografias diferentes. Fotografias recentes misturadas com as fotografias antigas, a beleza de "Aus den Fugen", a forma que encontrou de invocar a vida e afastar a morte.
Durante sete anos, os anos que duraram o casamento Furuya fotografou Christine, e como ele próprio diz “I feel obliged to keep photographing the woman who means capturing time and space”, depois o suicídio, desta vez, a janela do apartamento em Berlim era suficientemente alta para Christine conseguir escapar. Passados doze anos do suicídio, 1985, Furuya recua lentamente no tempo à procura daquela que amou, procurando no seu rosto a revelação do que estava tão bem escondido. E ao contrário de Roland Barthes, que sózinho no apartamento onde a sua mãe acabara de morrer contempla à luz do candeeiro as fotos da sua mãe, procurando o rosto que amara, e ao descobri-la, a foto do Jardim de Inverno, não a mostra ao leitor, Furuya sente a necessidade de partilhar.
Será um mau preságio o sorriso de Christine junto ao mar Nishi-Izu? Para o observador que desconheça a história de Christine, a fotografia que a capa do livro reproduz, talvez seja banal. Para Furuya, que a olha passados doze anos a singularidade de uma emoção. Será só dele? É ao olhar para o passado que Furuya vai reconhecendo as diversas fases da depressão de Christine, e foi ao olhar para as fotografias expostas, que a singularidade da emoção deixa de ser só dele e o espectador é invadido. Para Furuya “While I am organizing the document once again, I come across her every day”. Agora cada exposição e livros, que gosta de chamar Mémoires, um retrabalhar de fotografias diferentes. Fotografias recentes misturadas com as fotografias antigas, a beleza de "Aus den Fugen", a forma que encontrou de invocar a vida e afastar a morte.
Graz 2003
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Graz 1979
Graz 1992
Wien 1984
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Sarajevo 2003
Izu 1978
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Graz 1979
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New York 2000
East Berlin 1985
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Tokyo 2000
Mexico City 2001
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Izu 1978
Izu 1978
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Aqaba 2001
Graz 1997
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Graz 2005
Wien 1983
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Graz 2000
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