segunda-feira, abril 07, 2008

O mistério de Stonehenge

Paul Caponigro, Portfólio Stonehenge, 1970

Dois arqueólogos de renome, Timothy Darvill e Geoff Wainwright, durante duas semanas, procuram no subsolo, junto ao monumento megalítico de Stonehenge, vestígios das pedras azuis, (bluestones), pedras com poderes curativos e mágicos, que segundo os arqueólogos, no início da idade do bronze, levaram muitos peregrinos ao local em busca dos seus poderes curativos. As pedras azuis, com o poder sobrenatural para curar doenças – a chave da sua nova teoria.
Paul Caponigro, 1970

A composição química, cor, cristalização, lugar da descoberta e quem as descobriu, são normalmente os factores que levam ao baptismo da pedra, em Stonehenge, a cor, o azul, baptizou-as de bluestones.
Darvill e Wainwright, com os vestígios encontrados e através das modernas técnicas de datação pretendem agora conseguir datar a chegada das pedras azuis, reconstruir a sociedade que empreendeu tão ambicioso projecto e simultaneamente reconstruir a vida dos que viveram e morreram junto ao local.
Paul Caponigro, 1970

Stonehenge, em Wiltshire, no Sudoeste do Reino Unido, foi considerado como o mais emblemático de todos os santuários. Mas a sua geometria,
os círculos concêntricos e os eixos verticais e horizontais, tem uma fabulosa relação astral, e alinham com o sol nos solstícios.
O alinhamento da luz que passa através da pedra Slaughtar e ilumina a Heel Stone, a pedra do altar sagrado, levou muitos a sugerir que Stonehenge, mais que um templo servia de observatório astronómico onde também se julgou determinar os eclipses.

Rischard Misrach, fotografou os megalitos isolados, irradiando luz, sob um céu de tormenta.
Richard Misrach, Stonehenge, #1, 1976


Richard Misrach, Stonehenge, #4, 1976

Stonehenge foi construído em várias fases, julga-se que começou cerca de 3300 a.C, com as famosas pedras azuis, que para ali foram transportadas por volta de 2500 a.C, e só terminou por volta de 1400 a.C. Hoje é aceite pela comunidade científica, que as pedras maiores de Stonehenge foram arrastadas da colina de Preseli, a mais de 200 quilómetros a norte, até ao litoral e depois transportadas por mar.

A nova teoria, destes dois arqueólogos, parece-nos absurda, pois no nosso mundo Ocidental, a nobreza da pedra está desvalorizada. Mas não para os tibetanos que vêem o monte Kailash como sagrado.

Kenro Izu, Khailash #75, Tibete, 2000

Todos os anos milhares de peregrinos fazem Kora – uma viagem circum-ambulatória de sessenta quilómetros em três dias à volta da montanha. E em tempos recuados, na Austrália, Ayers Rock, o maior monólito à superfície da terra, uma rocha vermelho-alaranjado, era lugar sagrado dos povos aborígenes.

Jeff Carter, The Climb, Ayers Rock, Austrália, 1965

Agora Darvill e Wainwright, explicam o mistério de Stonehenge com o poder curativo das pedras azuis.

Stonehenge local dos rituais Druídas, foi invadido, estragado, quase vandalizado.

Festival dos Druídas, gravura italiana, 1820

Anónimo, Stonehenge, 1966

Agora só o podemos ver à distância.

O fotógrafo Paul Caponigro afirmou , “a fotografia é um meio, uma linguagem, que eu utilizo para experimentar directamente a natureza, interactuar com ela, viver mais intimamente com ela” e “Stonehenge é um local único para reflexão, o seu poder e presença, levaram-me a fotografar”.



Das suas fotografias, Stonehenge continua um mistério por desvendar, as suas pedras causam-nos uma sensação de espanto e maravilha, “os limites soltam-se e os instrumentos para a medida do tempo conduzem à intemporalidade” dirá no seu portfólio.

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