Ontem no Centro Cultural de Belém, iniciaram as celebrações do Dia da Europa.
Até à Segunda Guerra Mundial, reinou a convicção que a Europa era o centro do mundo. Mas os anos do pós-guerra, foram traumatizantes para a memória da Europa: a Ocidente, a Europa era libertada pelos aliados americanos e a Leste a Europa era libertada e reocupada pela URSS. Dividida, como vimos no post anterior, acabou por ficar presa entre duas novas potências mundiais. E de centro do mundo, a Europa passou a uma zona intermédia, encravada, entre Moscovo e Washington.
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
A Ocidente, a Europa sentiu a necessidade de criar um bloco forte, supranacional. Na década de 50, os países do Benelux, que tinham mais experiência de uniões transfronteiriças deram um impulso ao projecto europeu. Em 25 de Março de 1957, era assinado em Roma o primeiro Tratado que criava uma Comunidade Económica Europeia. A ex-CEE, começou com seis Estados-membros, em que Bona pagava as contas, era o preço elevado que a Alemanha tinha de pagar para fazer parte da comunidade e Paris ditava as políticas, a França excluíra o Reino-Unido, e o eixo da nova aliança centrou-se entre Bona e Paris, surpreendendo os Britânicos. Sucederam-se os alargamentos, em 1986, era a vez de Portugal entrar.
Com o colapso do Leste, em 1989, a Europa deixava de ser um enclave da Guerra Fria, e abriu-se a muitos Estados, outrora sob o domínio Russo.
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
Actualmente a Europa, com 27 Estados, alargou a sua fronteira até à Rússia. A Guerra Fria terminou com o colapso de Leste, mas uma guerra eminente entre a Rússia e a Geórgia, hoje separada da Europa pelo Mar Negro, está muito próxima.
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
As provocações russas, no fim de semana passado nas regiões da Abkházia, uma região separada da Geórgia, que proclamou a sua independência em 1992, mas que nenhum país reconheceu, já provocaram em Washington declarações, pela porta voz Dana Perino da Casa Branca, que apelou ao governo Russo que “reafirme o seu compromisso em respeitar a integridade territorial e a soberania da Geórgia, recuando nas medidas unilaterais tomadas na Abkházia”.
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
A Eslovénia, que agora preside à União Europeia, admite enviar à Geórgia uma delegação de secretários de Estado. Domingo passado, a Abkházia afirmou ter abatido dois aviões de combate da Geórgia que sobrevoavam o país. Moscovo não esperou, e enviou tropas para reforçar o contingente que já tem no território, a Abkhásia mostrou-se disponível para ceder a Moscovo o controlo militar. A Geórgia desmente tais informações e afirma não ter feito nenhum dos voos referidos, “ A Abkházia”, dizem “não dispõem de meios para destruir qualquer avião”.
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
Eric Baudelaire fotografou a Abkházia em 2005. Esta região, que beneficia de um clima de Riviera, mas foi destruída pela guerra,
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
só existe como Estado na imaginação dos seus habitantes.
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
Baudelaire chamou à série, “Etats Imaginés”. Ao olhar para todas estas imagens, será que de facto a Abkházia dispõem de meios para destruir aviões?
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
Para alguns comentadores, a perspectiva da Geórgia entrar para a NATO enfurece os Russos, e agora a Geórgia pede ajuda à União Europeia para utilizar todos os seus meios de pressão sobre a Rússia. Será que a grande Europa é capaz de fazer algo mais do que enviar observadores e macas? Será que a União Europeia se transformou numa verdadeira potência que possa pressionar a Rússia?, ou será que a Europa continua entalada entre Washington e Moscovo?
Eric Baudelaire, Abkhásia, da série États Imaginés, 2005
Mas as celebrações da grande Europa é que não podem faltar…e no próximo post vamos continuar na Europa.
Aqui notícias das eleições na Georgia.
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