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Nikos Markou, do livro Cosmos, Grécia, 30.12.2001
A resposta da Europa à crise mundial foi ontem anunciada por Durão Barroso, ao propor um plano de medidas para estimular a economia : investimentos em infra-estruturas, redução de impostos, apoio aos sectores em maiores dificuldades, reforço das ajudas sociais aos desempregados… Cada Estado-membro, em função de sua situação específica, tem agora luz verde de Bruxelas para subir a despesa.
O Pacto de Estabilidade e Crescimento de 1997, que limita o défice público a 3% do PIB e a dívida pública a 60% do PIB, é agora flexibilizado até 2010. No telejornal da noite, Sócrates mostrava-se satisfeito com as medidas que apoiam os investimentos públicos que já anunciou,
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Nikos Markou, do livro Cosmos, Grécia, 28.10.2002
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Nikos Markou, do livro Cosmos, Grécia, 15.09.2002
reduzir os impostos está para o Primeiro-Ministro fora de causa, mas o partido da oposição, na voz da líder, “suspenderia os mega-projectos de investimentos não rentáveis e com essa despesa provavelmente baixaria os impostos”.
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Nikos Markou, do livro Cosmos, Grécia, 22.10.2000
Não precisamos de ouvir mais para perceber o equívoco europeu que Jacques Delors definiu numa frase: “A União é um Ferrari com um motor de 2CV”. Se para o cidadão comum europeu a Europa é um super Estado, o tal Ferrari, com um poder tentacular que se imiscuiu na vida de cada um de nós - é Bruxelas que decide como devemos fabricar o queijo da Serra, como os franceses devem fabricar o camembert...e tudo o mais que tão bem conhecemos e criticamos - no que respeita à crise mundial, cada Estado-membro é livre de decidir e de agir como preferir.
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Nikos Markou, do livro Cosmos, Grécia, 24.08.2002
Será que podemos então dizer que Bruxelas nos governa? É esta desproporção, um excesso de regulamentação uniformizadora que tanto repudiamos e um vazio na prevenção e acção colectiva em situações de crise, como a que vivemos actualmente, que levou franceses, holandeses e irlandeses a votarem “não” aos sucessivos Tratados.
Podemos dizer que hoje a União europeia se restringe a um mercado organizado de livre troca entre mercadorias, serviços, capitais e trabalhadores entre Estados, o grande salto para uma federação, como sonhava Delors – a passagem de um mercado comum para uma união política, está longe de existir. A concertação dos ministros das finanças no seio do Eurogrupo é um bom exemplo do teatro que é o palco europeu, onde cada um promete que respeitará as responsabilidades tomadas em comum para em casa ignorar ou fazer precisamente o contrário.
De que serviu a agenda ambiciosa – “tornar a União na economia mais competitiva do mundo” que os chefes de Estado acordaram no Concelho europeu de Lisboa no ano de 2000? Não se tornou a União espectadora, cruzando os dedos, esperando que cada Estado realizasse as reformas com que se comprometeram? Passaram oito anos - é a União Europeia a economia mais competitiva no mundo?
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Nikos Markou, do livro Cosmos, Grécia, 20.06.2003
Porque continua a Europa a sonhar com uma União política?
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Nikos Markou, do livro Cosmos, Grécia, 25.05.2003
Se o Banco Central Europeu se revelou um banco forte e qualificado para comandar e guiar uma política monetária de um euro credível, porque não se centra a Europa naquilo que sabe fazer e deixar as burocracias que tanto a embrulharam?
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Nikos Markou, do livro Cosmos, Grécia, 30.01.2000
Agora resta-nos cruzar novamente os dedos e esperar que dentro de dois anos, 2010, (como propôs Durão Barroso), que o Pacto de Estabilidade e Crescimento entre novamente nos eixos. Em 2010 Trichet tem este discurso
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Nikos Markou, do livro Cosmos, Grécia, 15.10.2002
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