A 31 de Janeiro de 1977, na inauguração do Centro Pompidou, Valéry Giscard d’Estaing, homenageia Georges Pompidou, o impulsionador deste centro de arte, perante uma assembleia de reis e de chefes de estado.
As comemorações para festejar os seus 30 anos, ao longo deste ano vão ser reduzidas. Na imprensa francesa lê-se que Chirac detesta Giscard d’Estaing.
Mas mesmo com poucos festejos o acontecimento por cá não passa desapercebido. Hoje a revista nm (notícias magazine) diz o seguinte: A nm assinala o aniversário do Centro Pompidou oferecendo aos leitores uma selecção de fotos da Magnum, tiradas durante a construção e nas obras de remodelação para receber mais gente.
“Quartier Beaubourg”, projecto criado pelo próprio centro Pompidou, desafiava os fotógrafos a dar uma visão múltipla da arquitectura e de todas as transformações ocorridas no bairro em vias de modernização. O “efeito Beaubourg” como hoje é conhecido derivado do livro de Jean Baudrillard (editado no ano da inauguração), pode ser visto não só pelos fotógrafos da Magnum, mas também por outros que aderiram ao “Quartier Beaubourg”, como Martine Frank (mulher de Cartier-Bresson) que na altura pertencia à agência VIVA. Martine só entra na Magnum em 1980.
No post de Bound for Glory, 20 de Dezembro descrevi como vi o centro nos seus primeiros anos. Esta fotografia do dn, revela bem o que disse.
A fotografia não é só para ser vista em museus e galerias e o nm faz bem em as publicar, é pena que os fotógrafos não estejam identificados. A identificação do fotógrafo era uma das condições exigidas pela Magnum às revistas.
A ideia da Magnum é de Robert Capa, mas é David Seymour, mais conhecido por Chim quem a pôs de pé. A 22 de Maio de 1947 era registada em Nova Iorque uma nova sociedade sob o nome de “Magnum Photos Inc. Robert Capa, Chim, Henri Cartier-Bresson, George Rodger e William Vandivert, eram os cinco sócios.
Contudo a sede era em Paris, num 4ªandar no número 125 na Rue du Faubourg Saint- Honoré. Para Capa o fotógrafo deveria permanecer sempre com o seu capital, ou seja os seus negativos, era esta a essência da ideia de Capa. Inge Morath que se junta à Magnum logo no início, descreve que nesses primeiros tempos o local das reuniões era no bistro da esquina. Era aí que as viagens eram planeadas. Cartier-Bresson convida Doisneau a juntar-se ao projecto. Viajar, para cobrir os acontecimentos que se passavam no mundo eram os projectos da Magnum, e nem todos os bons fotógrafos se adequavam, Doisneau declina o convite dizendo a Bresson : “...tu sais, moi, sorti de Montrouge, je suis perdu...”.
A 25 de Maio de 1954, a Magnum recebe um telegrama anunciando a morte de Capa, pisara uma mina na Indochina. Dois dias depois outro telegrama anuncia a morte de Werner Bischof num acidente de carro no Andes. Chim toma o comando mas também morrerá dois anos depois no verão de 1956, na crise du Suez.
A Magnum, é das poucas agências que ainda hoje resiste a tantas transformações no fotojornalismo.
domingo, janeiro 21, 2007
Magnum
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Exposições/Livros/Colecções
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