Faz hoje um mês, que o artista Sol LeWitt faleceu em Nova Iorque, tinha 78 anos. O último “Journal des arts” lembra novamente Le Witt “...il laisse un oeuvre qui témoigne de la richesse de l’art conceptual et de l’art minimal...”.
Arte Conceptual foi utilizada pela primeira vez em 1961 pelo escritor Henry Flynt no contexto das actividades relacionadas com o grupo Fluxus de Nova Iorque, contudo foi o texto de Le Witt “Paragraphs on Conceptual Art”, publicado na revista Artforum 5, nº10 (Junho 1967), que o termo passou a constituir a declaração canónica da abordagem conceptualista em geral : “Na Arte Conceptual, a ideia ou conceito é o aspecto mais importante da obra. Quando um artista utiliza uma forma conceptual em arte, tal significa que todo o planeamento e decisões se processam antecipadamente e que a execução é uma mera concretização”. Hoje não é claro definir os limites da Arte Conceptual, nem tão pouco é claro quais os artistas e quais as obras a incluir neste contexto. No que respeita à fotografia, os Becher, Jeff Wall, Hiroshi Sugimoto, para dar alguns exemplos, são normalmente apelidados pelos críticos como fotógrafos conceptuais, mesmo como no caso dos Becher que não se consideram artistas conceptuais, o seu método de trabalho definido nos finais dos anos 1950, continua rigorosamente o mesmo. Que significa afinal fotografia conceptual? É a dúvida que quero deixar. Contudo é claro que a fotografia de Le Witt é conceptual, como ele próprio definiu. Deixemos as dúvidas e voltemos a Le Witt. Há praticamente um mês postei as 30 fotografias que compõem “Parede de Tijolos”, um estudo do artista sobre a estrutura sequêncial do tempo. Sequência e repetição interessaram a Le Witt, e hoje volto a ele com “Cubo” (1988) e “Esfera” (2004), este um dos seus últimos trabalhos fotográficos. Desta vez trata-se de um estudo, sobre a luz e a sombra, sem sombra não há percepção do volume (escultura) e sem luz não existe sombra (fotografia). Variando os pontos de vista e utilizando nove focos luminosos sobre um único cubo branco e esfera branca, Le Witt fotografa as transformações que se vão operando nestas duas formas geométricas simples. Formas geométricas simples foi o seu vocabulário, “there is no need to invent new forms”. Aqui e ao contrário de “Parede de Tijolos” a sequência não é primordial, como podemos ver de seguida:
terça-feira, maio 08, 2007
Regresso a Sol LeWitt
Todas as fotografias pertencem à série "Cubo" de Sol LeWitt, 1988
Todas as fotografias pertencem à série "Esfera" de Sol LeWitt, 2004
Etiquetas:
Mundos Artificiais
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2 comentários:
isto é assim um pouco como os nenufares do monet mas em fotografia, não é?
:-)
(desc o abuso, mas penso que talvez este meu post seja do seu interesse:
http://sem-se-ver.blogspot.com/2007/05/cinema-em-cartaz.html
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