quinta-feira, novembro 29, 2007

American Roads

Para assinalar os 50 anos da publicação “On the Road” de Jack Kerouac, a cinemateca em colaboração com o Projecto On the Road: Remembering Kerouac, apresenta uma retrospectiva, que continua no próximo mês, dos filmes que contemplam os Road Movies, “pela estrada fora”, um género que começou nos idos anos 60 com “Easy Rider” de Dennis Hopper. Se “Easy Rider” iniciou o ciclo, “Paris, Texas” de Wim Wenders encerra o mês, a passar na próxima sexta-feira.

Fotografia de Dennis Hopper, Los Angeles, 1961

Nesses anos, Sal Paradise, o personagem de "On the Road", sem ideia do que procura, percorre as estradas americanas de costa a costa. Sal Paradise, é o reflexo de uma geração, em que movimento e estrada são os ingredientes principais.
Do filme, "No Direction Home", sobre a vida de Bob Dylan, de Martin Scorsese, fotografia de Bruce Davidson e poema de Jack Kerouac.

Com a gasolina barata, o carro passa a fazer parte da vida de qualquer americano, de carro, as extensas distâcias são reduzidas.
Howard Sochurek, revista Life, Dezembro 1952 "Trip to town for a violin lesson is made in the family car, a Lincoln, by Jean Ann Ware, 13-year-old daughter of a wheat farmer. Her mother drives Jean 21 miles to Garden City every Saturday morning".

Mas na fotografia, o “On the Road” de Jack Kerouac associa-se ao livro “The Americans”, de Robert Frank, prefaciado, na versão inglesa, de 1959, pelo próprio Kerouac.

E mais uma vez, uma extraordinária sequência do referido livro.
Numa carta aos seus pais referindo-se ao livro, Frank revela os temas “how Americans live, have fun, eat, drive cars, work”. Vejamos então a sequência “drive cars”:
Robert Frank, Santa Fe, New Mexico

Bombas de gasolina que anunciam um gigante SAVE
Robert Frank, St Francis, gas station and City Hall, Los Angeles

São Francisco parece abençoar a bomba de gasolina em frente,
Robert Frank, Crosses on scene of highway accident - U.S.91, Idaho

A morte na estrada 91.
Robert Frank, Assembly Line - Detroit

E finalmente a produção de mais e mais carros. Frank conta-nos uma história complexa com um mínimo de meios.

O género “pela estrada fora”, também cativou os fotógrafos. Mas deixemos a geração de 60 para trás e vamos olhar para a estrada fotografada pelas gerações seguintes.

Em 1981, Nathan Lyons o fotógrafo que deixou (1969) o seu trabalho de comissário na George Eastman House para criar a Visual Studies Workshop, foi convidado pela editora Landweber/Artists, a organizar um portefólio de vinte fotografias tiradas por vinte fotógrafos, que a própria editora escolhera. A escolha sequencial das imagens de “American Roads”, o tema do portefólio,
American Roads, fotografia de Dorothea Lange

seria o trabalho de Lyons, tarefa que se afigurava difícil pela diversidade das obras escolhidas. Para Lyons, como já o fora para Robert Frank, a selecção sequencial das fotografias numa obra é primordial, mas conseguir ligações entre diferentes imagens de diferentes fotógrafos de forma que no final a obra seja coerente e simultaneamente imaginativa é uma tarefa complexa. A primeira preocupação de Lyons foi respeitar a intenção de cada artista, a integridade de cada trabalho individual expresso em cada imagem, cada fotografia deveria preservar o seu significado num arranjo global. Lyons tentou então encontrar um fio condutor na progressão das imagens, que evoluisse de ideia em ideia mas que no final se respeitasse o trabalho individual. Lyons disse, “se fosse eu a escolher as fotografias teria mais latitude” e acrescenta “ é impossível obter uma estrutura sequencial verdadeira com fotografias feitas por vinte fotógrafos diferentes”.

Mas ao cabo de algumas horas de trabalho resultou a seguinte sequência:

Roger Minick, Airstream at Monument Valley, Arizona, 1979, para ver melhor aqui
Mark Klett, Storm Clouds over Eastern Idaho, 1980, para ver melhor aqui



Henry Wessel, Jr., Tucson, Arizona, 1974, para ver melhor aqui.
Harold Jones, Baptism, Sabino Canyon, Tucson Arizona, 1976, para ver melhor aqui.



Frank Gohlke, Aerial View, Tulsa, Oklahoma, 1981, para ver melhor aqui.
Tod Papageorge, Burbank, California, 1973, para ver melhor aqui.

"The Minick is a good first print, combining interesting subtle things: the car motif; the elegant mechanistic quality of the trailer in the landscape. The Klett is a countermove to the Minick, with the introduction of his written text and the reverse placement of the car. The progression of format (rectangle, panorama, multiple image, use of text) and formal structure within the frame help make sense out of the flow of images as it continues.




Jim Alinder, A Joy Forever, Roadside, Florida, 1974, para ver melhor aqui.

Nathan Lyons, untitled, 1968, para ver melhor aqui.




Robbert Flick, east of Lancaster, along Highway 14, California, 1981, para ver melhor aqui.

Elaine Mayes, Pegasus, 1972, para ver melhor aqui.







Barbara Crane, Bus People, 1975, para ver melhor aqui.
Steve Fitch, Dinosaur, Highway 40, Vernal, Utah, 1974, para ver melhor aqui.

Alinder’s use of text forms a counterpoint to Klett’s; the Mayes and Fitch photographs counterpoint the Flick and Crane. That is, they reiterate a visual idea through change and not direct repetition. "I’ve also had to deal with the multiple problems of integrating color and black- and-white. Putting one of the color prints against any of the black-and-white’s doesn’t seem to work. What's needed is a carefully graded progression from black-and-white to color to carry off the shift of attention.





Michael Becotte, untitled, 1974, para ver melhor aqui.
Michael Bishop, untitled, 1974, para ver melhor aqui.



Ken Brown, Pink Trailer Tilt, 1976, apra ver melhor aqui.
Robert W. Fichter, Air Power, 1979, para ver melhor aqui.




Joel Sternfeld, Exhausted Renegade Elephant, woodland, Washington, 1979, para ver melhor aqui.

Victor Landweber, S.N. Ward and Son Mobil Service, Pasadena, California, 1978, para ver melhor aqui.





Barbara Jo Revelle, untitled, 1981, para ver melhor aqui.
Robert A. Widdicombe, Cadillac Ranch, Amarillo, Texas, 1979, para ver melhor aqui.

Becotte's toned print, restating the image of the road, initiates the shift, making easy the transition to Bishop’s simple palette. The pink in Ken Brown’s image reiterates the overall pinkish tone of Becotte’s, and the limited hand-coloring of Fichter’s photograph refers back to the simplicity of Bishop’s. The Sternfeld, Landweber and Revelle are linked by the intimation of danger on the road. And the series is climaxed by the ambiguous, monumental finality of Widdicombe’s image, its elegant color returning us to the elegance of Minick’s first black-and-white."

E como exercício o leitor pode agora dar asas à sua imaginação e fazer a sua sequência.


outro link aqui

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terça-feira, novembro 27, 2007

Neve em Yosemite Park

Aos quatorze anos, 1916, Ansel Adams visitava pela primeira vez o Yosemite Park. Anos mais tarde casa-se com Virginia e vivem em São Francisco. Virginia herdara do seu pai, Harry Best, um estúdio perto de Yosemite Falls, e o casal passa longas temporadas no parque. Durante mais de três décadas, Adams fotografou a paisagem de Yosemite Park nas diferentes estações do ano, e as florestas cobertas de neve não lhe escaparam.
Um comentário deixado no último post lembrava-me que uma fotografia de Adams, tirada em Yosemite Park, era parecida com a fotografia da floresta coberta de neve que mostrei de Albert Renger-Patszch.
Hoje vou mostrar a fotografia de Adams que acabei por não mostrar no post anterior:
Ansel Adams, Winter Forest, Fresh Snow, Yosemite National Park, California, 1948

Não sei se era esta a fotografia que o comentador, CMF, se referia...
Ficam então mais algumas, todas de Yosemite sob um manto de neve:
Ansel Adams, Oak Tree, Snowstorm, Yosemite Park, 1948
Ansel Adams, El Capitain Winter, Yosemite PArk, 1950
Ansel Adams, Locust Trees in Snow, Yosemite Valley, c. 1929
Ansel Adams, Trees, Winter Evening, Yosemite Valley, s/d
Ansel Adams, Cedar Tree, Winter, Yosemite Valley, c.1935
Ansel Adams, Snow on Trees, Yosemite Valley, c.1930
Ansel Adams, Stump, Rock, Frost, Yosemite Valley, 1959

Lincoln Kirstein, (que escreveu o texto para “American Photographs”, 1938, de Walker Evans), ao ver um álbum de paisagens de Adams pergunta-lhe: “Don’t they have people in California?”.

Nota: a fotografia que CMF referiu no comentário do post anterior é esta, a mais parecida com a de Renger-Patszch.

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domingo, novembro 25, 2007

"Reveillon" na montanha

Ontem, a secção Fugas do jornal Público, apresentava várias propostas de programas para o fim de ano. A Serra da Estrela, uma das alternativas, o programa dizia o seguinte: “Estadia durante cinco dias/quatro noites no Hotel Serra da Estrela/Varanda dos Carqueijais em regime de meia pensão, jantar de gala com animação e fogo de artifício no exterior, descida nocturna na estância Vodafone ou no Skiparque e entradas para visitas aos museus de Belmonte por 630 euros em quarto duplo”. Esta fotografia da Serra da Estrela,
Adriano Miranda, Serra da Estrela
tirada por Adriano Miranda, ilustrava o dito texto. Não me parece a fotografia ideal para mostrar tanta animação proposta, pois a fotografia apela antes ao sossego e reflexão numa serra virgem de gente. À semelhança de Adriano Miranda, muitos fotógrafos deixaram-se fascinar pelo silêncio destas paisagens:
Albert Renger-Patzsch,
Albert Renger-Patzsch, Mountain Forest in Winter, 1926
Alfred Stieglitz,
Alfred Stieglitz, First Snow at the Litlle House, 1923
Jitka Hanzlová.
Jitka Hanzlová, da série Forest, 2005

Mas o programa do “reveillon” que o jornal sugere apela à prática do ski, tão em voga nos nossos dias. A prática do desporto alpino começa nos anos em que Auguste Rossalie Bisson, 1861, chega ao pico do Mont Blanc.
Auguste Rosalie Bisson. Ascent of Mont-Blanc, albumina, 1861
Auguste Rosalie Bisson, Ascent of Mont-Blanc, albumina, 1861
Na Europa a paisagem era já intima e caseira, e o sublime já só restava nas montanhas alpinas, difíceis de transpor. Hoje, com os teleféricos subimos fácilmente aos picos mais altos e Walter Niedermayr fotografa a montanha transformada para o turismo de massa.
Walter Niedermayr, Grand Motte I, 2002
Walter Niedermayr, Shiga Kogen II, 2000
Walter Niedermayr, Nigardsbreen, 2002
Walter Niedermayr, Passo Tonale V, 2005
Walter Niedermayr, Schnalstalgletscher, 2003
Nas fotografias de Niedermayr e Bisson, a presença humana, pequenos pontos disseminados no branco da neve, servem-nos de escala para que percepcionemos a imensidão destas paisagens e Niedermayr recorre frequentemente a mais de uma imagem, dípticos e trípticos, revelando a insuficiência de uma imagem para captar os grupos turísticos na imensidão da paisagem.
O programa sugerido pelo jornal sugere animação em grupo, talvez a fotografia de Ibon Aranberi,
Ibon Aranberri, cueva, 2002-2004
que não é na Serra da Estrela fosse mais adequada, afinal não são os programas em grupo que interessam mais que o local?

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sábado, novembro 24, 2007

O grupo AFAL

Há dias recebi este e-mail da photovision:

Almería, octubre de 2007
Estimado amigo/a,
El próximo día 31 de octubre se inaugura en Almería la nueva sede del Centro Andaluz de la Fotografía en lo que fue el antiguo Liceo y que, después de una magnifica restauración, albergará nuestras exposiciones, los departamentos administrativos, así como biblioteca, videoteca, salas digitales, aulas para talleres, etc., en definitiva el lugar idóneo para que el CAF se desarrolle en su más amplio sentido y todos los profesionales del medio y el público en general encuentren en este espacio y en las actividades que llevaremos a cabo, el marco inigualable de todo lo concerniente al mundo de la Fotografía.Por primera vez, ocupan las paredes del nuevo Centro, Emilio Morenatti y Jorge Rueda en la que a partir de ahora será la casa de los fotógrafos en AndalucíaPor este motivo, nos gustaría contar con tu presencia en la fecha citada, miércoles, a las 20,00 h. en la sede del CAF, C/ Pintor Díaz Molina, s/n, 04002 Almería.Un cordial saludoPablo JuliáDirector del Centro Andaluz de la FotografíaPHOTOVISIONhttp://www.photovision.es/

Almeria e fotografia, duas palavras há muito ligadas. “Almeria era uma província marginalizada e desértica, tanto agrícola como culturalmente, com o maior índice de desemprego...”, é assim que Carlos Pérez Siquier, um dos animadores de Agrupación Fotográfica de Almeria (AFAL), se recorda agora da cidade andaluza nos idos anos de 1950. “No fim dos anos 50” continua Siquier, “Almeria chegou a ser considerada como o centro geográfico da fotografia espanhola; isto foi devido a que a AFAL soube reunir os fotógrafos mais inquietos e intelectualmente evoluidos do país, que encontraram nas páginas da nossa pequena revista um suporte muito útil para exprimir as suas ideias ou publicar as suas imagens”. Siquier conjuntamente com Jose María Artero, fundavam em 1950, um movimento de ruptura com a fotografia espanhola do pós-guerra. A fotografia moderna dos anos 1930, caracterizada por um grande núcleo de fotógrafos, Sibylle von Kaskel, Gabriel Casas, José Renau, José Sala, Maruja Mallo, Emili Godes, José Manuel Aizpúrua, Antoni Arissa, Pere Català Pic e tantos outros, desaparecia.
Sibylle von Kaskel, fotografia publicada na revista "Las quatro estaciones" Outono 1935
Depois da guerra, os fotógrafos, que se achavam artistas, reuniam-se à volta da revista “Arte Fotográfico”, destinada, como dizia o seu primeiro número, (1952), “aos aficionados da fotografia artística e aos profissionais do retrato”. Regressavam os fotógrafos dos concursos e salões, das medalhas e outras condecorações, como se a modernidade, que tanto caracterizou a fotografia espanhola vinte anos antes, parecia nunca ter existido.
Foi neste ambiente que um grupo de fotógrafos “inquietos e intelectualmente evoluidos” que não tinham o menor desejo de fazer “arte” mas antes revelar o espírito do tempo através da fotografia se reuniu à volta de AFAL. Ricard Terré, que ficou conhecido pelas fotografias da Semana Santa em Espanha, só publicadas em livro “Los dias Iluminados” em 1964, nunca falta um sentido de humor negro, como refere Horácio Fernandez.
Ricard Terré, da série Semana Santa, Vigo, 1957
Ricard Terré, 1957, colecção Fundación Foto Colectania
Ramón Masats, o primeiro a seguir a reportagem pura, colaborava com a “Gaceta Ilustrada” dizia que a fotografia “deve ser humanidade, documento humano, veracidade e não falsidade. Nenhuma outra arte pode captar o momento com tanta autenticidade. A reportagem é pois o filho da nossa época”.
Ramón Masats, Estoril, 1959, colecção Fundación Foto Colectania
Ramón Masats, Terrassa, 1953, colecção Fundación Foto Colectania
Masats, para além dos fragmentos da vida quotidiana em Barcelona renovou as imagens das corridas de touros, como este touro sentado, da reportagem “Los Sanfermines”, Pamplona, 1960.
Ramón Masats, da reportagem Los Sanfermines, Pamplona, 1960
Xavier Miserachs, interessa-lhe não a fotografia artística mas as emoções “um assunto fotográfico é qualquer coisa que produz na fotografia um shock psicológico...” Das emoções, Miserachs chegava também ás abstrações, como este muro de azulejos com reflexos.
Xavier Miserachs, Barcelona, el metro de Plaza Cataluña, 1954, colecção Fundación Foto Colectania
O seu livro emblemático “Barcelona en blanc i negra” (1964), fotografias tiradas nas ruas de Barcelona nos anos 1959, terá como modelo New York de William Klein, sem legendas as fotografias eram montadas cinematográficamente, organizadas a partir de panoramas e cenas de grupo que se fragmentavam em detalhes e cenas individuais.
Xavier Miserachs, Calle Pelayo, Barcelona, 1962. Coleccção Fundación Foto Colectania
Xavier Miserachs, Piropo en la Via Layetana, Barcelona, 1962
Oriol Maspons, defendia uma fotografia espontânea, documental, independente das artes plásticas e do cinema “distingui-la (à fotografia) do plano cinematográfico, que normalmente se cria com ficção”.
Oriol Maspons, Novillada en un pueblo de La Mancha, 1961
Maspons admirava Francesc Català Roca (filho de Català Pic) o único a fazer a ponte entre as vanguardias modernas dos anos 30 e as vanguardas da fotografia documental dos anos 50.
Francesc Català Roca, Señoritas paseando por la Gran Via, Madrid, 1953
Maspons recorda-se “ admirava-o pelo seu estilo divertido de trabalhar. Tirava fotografias, com uma velha Rolleiflex 6 x 6 à qual só restava uma terça parte de visão na sua superfície de enquadramento. Ele balançava-a para poder ver tudo e compor a imagem. No laboratório, não usava marginador. Uma caixa de fósforos das antigas, na qual apoiava a folha de papel de provas era suficiente. Não utilizava relógio no ampliador, ia repetindo o nome Kodak, Kodak, Kodak,...com um segundo exacto de intervalo...com o revelador também fazia coisas estranhas, como ter dois recipientes de concentrações diferentes”. Paco Gómes, em que a honestidade era a base de toda a verdadeira obra de descrição, criou uma linguagem original na fotografia da época.
Paco Gómez, s/t 1958. Colecção Fundación Foto Colectania
Paco Gómez, S/t, 1958. Colecção Fundación Foto Colectania
Joan Colom, é hoje memorável pela reportagem que fez ao sub-mundo social de Barcelona, fotografias publicadas no seu livro “Izas, rabizas y colipoterras”, 1964.
Todos estes fotógrafos foram alguns dos membros principais para além dos fundadores.
Carlos Pérez Siquier, La Chanca (Almeria) 1962
Carlos Pérez Siquier, Roquetas, 1975. Colecção Fundación Foto Colectania

A importância da AFAL foi decisiva para dar a conhecer internacionalmente a fotografia espanhola. Para além das exposições organizadas em Almeria no Salão de Inverno entre 1956 a 1959, a AFAL estabeleceu contacto com outros grupos significativos como La Bussola em Milão, Les 30 x 40 em Paris, o Centre Culturel de Charleroi de Bruxellas, o Fotoform na Alemanha, e participou em bienais e exposições colectivas, em Itália, Bélgica, França, Alemanha e na URSS, a fotografia espanhola começou a ser conhecida no estrangeiro. Editou também a revista AFAL, com 36 números desde 1956 a 1962.

Nos anos 60, a fotografia documental que caracterizou o grupo AFAL mostrava desgaste e chegava ao fim a noção de fotografia como um fim, em que a informação era o suporte. Opunha-se então a noção de fotografia como meio, utilizada por diferentes práticas artísticas, cujo suporte eram agora as ideias. O grupo e a sua revista chegavam ao fim.
Pablo Juliá o actual director do Centro Andaluz de Fotografia, em Almeria faz reavivar essa memória ao editar AFAL.

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