A exposição Ingenuidades termina dentro de dias, 6 de Maio, e ontem finalmente assisti à penúltima visita guiada com o comissário. Aguardávamos na entrada principal, quando Jorge Calado nos surpreende: por onde querem começar, pelo fim ou pelo início? Percebia-se que Calado queria experiênciar a visita a começar pelo fim...disse-nos: a sala tem duas entradas o que possibilita ao visitante percorrer o caminho nos dois sentidos, do princípio ao fim e do fim para o princípio, ou seja da escala do homem e mulher para a do universo e vice-versa, ... as mensagens são diferentes mas equivalentes. Gostei deste acaso e do desafio, há dias escrevera que só conseguia percorrer a exposição num sentido, do princípio para o fim...
Deixámos então a sala com a versão do Génesis “...no princípio, criou Deus o céu e a terra...” e percorremos a grande sala até chegarmos à Antárctida, onde na paisagem gelada e imaculada sentimos o ar limpo,
Estamos agora perto da outra fotografia que Calado nos assinala como fulcral para a viagem que viemos a fazer em sentido inverso e diz: a ânsia de voar é tão velha como a humanidade,
Como comissário, Jorge Calado gosta de evocar fotografias pela sua ausência, fê-lo em Pedras e Rochas (2003), em que a fotografia da pedra de Gérard Castello-Lopes “...é a grande ausente-presente desta exposição” escreve Calado no catálogo da mesma.
Em Ingenuidades, Calado faz o mesmo, ao passarmos os arranha-céus e a Engenharia Civil, lemos o seguinte no catálogo de Ingenuidades: “ ...o Empire State Building readquiriu (depois da destruição das torres gémeas) o estatuto do edifício mais alto de Nova Iorque. Apenas uma nota para acrescentar que só muito mais tarde Portugal entrou – timidamente – na corrida. Com os seus modestos doze andares, o número 3 da Praça de Londres, em Lisboa, projecto (1951) de Cassiano Branco (1897-1970), foi considerado o primeiro arranha-céus de Portugal.”
Pela ocasião do cinquentenário do falecimento de Duarte Pacheco, (1994) o Instituto Superior Técnico, IST, decide homenagear o aluno, o engenheiro, o professor e o director, que foi Duarte Pacheco.
No próximo Domingo, pelas 16 horas, Jorge Calado fará a sua última visita guiada, quem ainda não foi não perca esta excelente oportunidade.
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