Para quem vêm da Basílica da Estrela, a Rua dos Navegantes, cujo nome é ainda um resquício do grande porto que já foi Lisboa, é uma rua íngreme que desce em direcção ao rio. No próximo dia 4 de Outubro, no nº16 desta rua, Luis Trindade, o primeiro em Portugal a promover leilões de fotografia, abre ao público uma galeria dedicada exclusivamente à fotografia, p4Photography. Aceitei o desafio que me propôs, um texto para o catálogo de Atlas, a exposição inaugural.
Com a permissão de todos, de Luis Trindade e dos fotógrafos, Carlos Miguel Fernandes, João Mariano e Rui Fonseca, o post de hoje é o texto ilustrado com as fotografias que lhe deram corpo.
Portugal, nação de vocação marítima, foi a primeira verdadeira Potência Marítima da História ao dominar, plenamente, tanto o Oceano Atlântico como o Oceano Índico. Da grandeza do período então iniciado, obrigando o Papa Alexandre VI e os Reis Católicos à divisão do mundo de acordo com os interesses nacionais, Portugal consegue o completo domínio dos mares e, atendendo a que nos situamos no universo, no Atlas do mundo, nome escolhido para a exposição,
Se olharmos a nossa História de quase 900 anos de nação independente, a relação com o mar foi, desde logo, uma das características distintivas das populações que vieram a constituir o que no futuro veio a ser Portugal, relação que hoje ainda se mantém, como João Mariano tão bem exemplifica na fotografia onde mal distinguimos o apanhador de percebes das rochas da nossa orla marítima.
Carlos Miguel, João Mariano e Rui Fonseca, numa atitude singular, apontam as lentes das suas máquinas fotográficas para o mar, para o Atlântico, e, de três pontos distintos, Islândia,
O céu escuro como o bréu nos Açores, de Rui Fonseca,
Porém e acima de tudo, todos os três percebem a riqueza do Atlântico que os portugueses agora ignoram. Mergulhamos nas àguas profundas do oceano onde a riqueza em hidrocarbonetos e minérios vários esperam em silêncio,
Atlas, é a exposição inaugural da nova galeria p4Photography e, Luis Trindade, o fundador, não podia iniciar de melhor maneira, ao expôr o que de melhor está por explorar em Portugal.
1 comentário:
Se a exposição se afigurava interessante, agora é mesmo a não perder. Ver o mar e ver para lá do mar.
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