A vaga de calor chegou a Portugal. Há semanas atrás foram os países de Leste, e os jornais do fim de semana revelavam o número de vítimas que esse intenso calor provocara na Húngria, Polónia...Na Inglaterra são as cheias, e imagens de cidades como Oxford, completamente inundadas, foram reproduzidas nos jornais. Ian Berry e Stuart Franklin, ambos fotógrafos da Magnum, têem no site da agência fotografias da Inglaterra inundada. O que distingue as fotografias de Berry e Franklin, das que vemos nos jornais?
Com o calor pensamos em banhos, e lembrei-me que guardara uma reportagem “Tudo a Banhos”, publicada pela revista “Volta ao Mundo” há já alguns anos.
Recebo gratuitamente esta revista e tenho por hábito folheá-la ao acaso. Deparei com estas fotografias sem saber quem as tirara, a revista não menciona o(s) fotógrafo(s).
Recebo gratuitamente esta revista e tenho por hábito folheá-la ao acaso. Deparei com estas fotografias sem saber quem as tirara, a revista não menciona o(s) fotógrafo(s).
Gostei das fotografias, para mim tinham algo de diferente de tantas outras, e como também é meu hábito rasguei a reportagem para a guardar. Só depois reparei em Magnum Photos por cima do título da reportagem.
Assino a revista Aperture, e há cerca de uma semana recebi em casa o último número (187) Summer 2007. Gerry Badger num interessante artigo “Mission Impossible? 60 years of Magnum”, interroga se a célebre agência conseguirá sobreviver por mais 60 anos. Pensei num post sobre a Magnum, e o que aconteceu foram dois posts, os dois últimos, de dois livros com fotografias da Magnum. Hoje, com este calor horrível lembrei-me “Tudo a Banhos”, e novamente a Magnum a perseguir.
Como consegue sobreviver a Magnum é uma dúvida para a qual não tenho resposta, julguei obtê-la no artigo de Badger, mas a dúvida persiste...
Um pouco de história das agências, já que as histórias da fotografia raramente falam delas.
Já aqui escrevi sobre as revistas alemãs e da francesa Vu. É na década de 1920, que nascem as agências fotográficas, como a Keystone, 1927, da família Garai. Tinham por vocação vender o trabalho dos fotógrafos às revistas e jornais, mercado que proliferava.
A família Garai, criou agências em todo o mundo, Paris, Berlim, Londres, Viena, Nova Iorque, Rio de Janeiro...estava montado o sistema.
O mercado americano despertava, era a vez da agência Black Star em 1935.
Depois da guerra, 1947, é a vez da Magnum, diferente das outras no conceito, tratava-se de uma cooperativa, e o seu eixo passava por Paris e Nova Iorque.
No mercado americano surgia a revista Life, a Look... Nessa época as agência telegráficas desenvolveram os seus serviços fotográficos, que permitiam uma rápida transmissão das fotografias.
Nos anos 60, é a vez da agência Gamma, 1966, que representa uma nova geração de fotógrafos. Impõe-se no mercado francês e americano com a cobertura da guerra dos seis dias, o movimento estudantil de Maio 68, a guerra do Vietname...Ao fim de três anos é a maior em termos de volume de negócios. Em 1972 será a agência Viva, que também já aqui falámos. Em 1973, quando a revista Life já encerrara, surge a agência Sygma. Todas estas agências, Sygma, Gamma, Viva, Magnum...enviam todos os dias a sua produção para mais de cinquenta países, mas a crise aproxima-se com a televisão, o público prefere as notícias em movimento.
Em 1987 a AFP (Agence France Press) transmite fotografias a cores via satélite, entramos numa outra era, a era da fotografia digital.
Em 1999, a Corbis, criada em 1989 por Bill Gates com o nome Interactive Home Systems, “the place for pictures on the internet”, compra a Sygma e todo o seu arquivo fotográfico.
A Magnum passa pelas mesmas dificuldades, primeiro a televisão, agora a internet. O fotojornalismo torna-se o parente pobre da fotografia. Os fotógrafos preferem vender em galerias, temos o exemplo recente de Luc-Delahye, que deixa a Magnum para trabalhar com galerias.
Vivemos numa época em que qualquer um de nós, com o telemóvel, tira fotografias aos acontecimentos que nos rodeiam, a época de ouro do fotojornalismo já era. A Magnum como refere Badger “needs new vision to survive”. Alec Soth,
Assino a revista Aperture, e há cerca de uma semana recebi em casa o último número (187) Summer 2007. Gerry Badger num interessante artigo “Mission Impossible? 60 years of Magnum”, interroga se a célebre agência conseguirá sobreviver por mais 60 anos. Pensei num post sobre a Magnum, e o que aconteceu foram dois posts, os dois últimos, de dois livros com fotografias da Magnum. Hoje, com este calor horrível lembrei-me “Tudo a Banhos”, e novamente a Magnum a perseguir.
Como consegue sobreviver a Magnum é uma dúvida para a qual não tenho resposta, julguei obtê-la no artigo de Badger, mas a dúvida persiste...
Um pouco de história das agências, já que as histórias da fotografia raramente falam delas.
Já aqui escrevi sobre as revistas alemãs e da francesa Vu. É na década de 1920, que nascem as agências fotográficas, como a Keystone, 1927, da família Garai. Tinham por vocação vender o trabalho dos fotógrafos às revistas e jornais, mercado que proliferava.
A família Garai, criou agências em todo o mundo, Paris, Berlim, Londres, Viena, Nova Iorque, Rio de Janeiro...estava montado o sistema.
O mercado americano despertava, era a vez da agência Black Star em 1935.
Depois da guerra, 1947, é a vez da Magnum, diferente das outras no conceito, tratava-se de uma cooperativa, e o seu eixo passava por Paris e Nova Iorque.
No mercado americano surgia a revista Life, a Look... Nessa época as agência telegráficas desenvolveram os seus serviços fotográficos, que permitiam uma rápida transmissão das fotografias.
Nos anos 60, é a vez da agência Gamma, 1966, que representa uma nova geração de fotógrafos. Impõe-se no mercado francês e americano com a cobertura da guerra dos seis dias, o movimento estudantil de Maio 68, a guerra do Vietname...Ao fim de três anos é a maior em termos de volume de negócios. Em 1972 será a agência Viva, que também já aqui falámos. Em 1973, quando a revista Life já encerrara, surge a agência Sygma. Todas estas agências, Sygma, Gamma, Viva, Magnum...enviam todos os dias a sua produção para mais de cinquenta países, mas a crise aproxima-se com a televisão, o público prefere as notícias em movimento.
Em 1987 a AFP (Agence France Press) transmite fotografias a cores via satélite, entramos numa outra era, a era da fotografia digital.
Em 1999, a Corbis, criada em 1989 por Bill Gates com o nome Interactive Home Systems, “the place for pictures on the internet”, compra a Sygma e todo o seu arquivo fotográfico.
A Magnum passa pelas mesmas dificuldades, primeiro a televisão, agora a internet. O fotojornalismo torna-se o parente pobre da fotografia. Os fotógrafos preferem vender em galerias, temos o exemplo recente de Luc-Delahye, que deixa a Magnum para trabalhar com galerias.
Vivemos numa época em que qualquer um de nós, com o telemóvel, tira fotografias aos acontecimentos que nos rodeiam, a época de ouro do fotojornalismo já era. A Magnum como refere Badger “needs new vision to survive”. Alec Soth,
Alec Soth, Winona, Minnesota, 2002
um membro recente da agência, vende as suas fotografias para galerias mas “he believes in making photographs about the world, not about art” diz-nos Badger. Contudo com todas as mudanças, Badger acredita que o espírito da agência se mantém, uma das suas mais valias, diz-nos, é o seu arquivo, e há poucos anos resistiu à oferta da Getty Images.
Mas até quando?
Mas até quando?
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