quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Um novo conceito de galeria fotográfica

A partir do original podemos reproduzir a mesma fotografia milhares de vezes. A fotografia associada a uma técnica de reprodução mecânica, estava condenada a não ter valor de mercado. Contudo, a partir de finais dos anos setenta, as “vintage”, provas reproduzidas à época, começaram a ter valor comercial. Um exemplo, em Paris, foi só em 1975 que a galeria Agathe Gaillard comercializa só fotografias. Desde essa época, foi um pulo, para que a fotografia entrasse no mercado internacional da arte. O que se passou então? Generalizando, os artistas representados pelas galerias, acordaram com estas uma edição limitada e assinada da mesma prova. Para a maioria, uma edição de cinco é o limite apropriado. Os preços subiram, e só alguns passaram a poder comprar.

Será que hoje é possível adquirir fotografias de boa qualidade a preços acessíveis?

Um casal alemão, amador de fotografia contemporânea, revolucionou o mercado.
Em Novembro de 2004, abrem uma galeria em Berlim, a LUMAS, e um site na internet.


O conceito é simples, alargar o número de tiragens da mesma fotografia, com limites entre as 75 e 150, mantendo a qualidade. Através da internet, o público pode comprar fotografia a partir dos 100 Euros. A LUMAS, junta os novos talentos da fotografia a nomes já consagrados no mercado. No momento pode-se por exemplo adquirir uma prova Lambda de Corsets, 1926 de Atget por 130 Euros. A experiência é um êxito e já abriram mais quatro galerias.

No mês passado surgiu uma nova galeria, a Bear & Breakfast Gallery, que utiliza o mesmo conceito. Desta vez a venda é exclusiva à internet e Véronique Domergue, a cabeça do projecto, é uma profissional nesta área.

Os galeristas tradicionais sentem-se ameaçados? Eles dizem que não. O galerista Phillipe Le Bihan diz o seguinte: “Não penso que a LUMAS destabilize o mercado, eles fazem uma coisa completamente diferente. Haverá sempre diferença de uma prova tradicional, com um determinado formato e julgo que os artistas bem representados não estão interessados nesse projecto”. Outra diferença, que os galeristas apontam a seu favor, é que são poucos os fotógrafos que fazem trabalhos específicos para a LUMAS. A maior parte das vendas da LUMAS, são de séries existentes. Para eles (galeristas) o trabalho de um artista e da galeria deve ser bem definido: o projecto, o formato o preço...
Por último, artistas que simultaneamente estão representados por galerias e pela LUMAS, distinguem-se pelo formato. Por exemplo Frédéric Lebain, representado por uma galeria e pela LUMAS, para a galeria o formato é 80x80cm emoldurado, enquanto que na LUMAS o formato é 40x40cm sem moldura.
E pronto estamos elucidados.

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