![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhlqocCzDZUi7eA_Rf7JSpEPKv5x9ZZBNeQMXtpw38RXC0KV1l0CvPWHmmnArqio76hyphenhyphenMufzvcvkbFqauNcHRVxpxUIxEtAxVJzL02N-_iDa4bJ992rrT9QIwT90T_CZQieVw1Tg/s400/%2355.jpg)
Samuel Fusso, Le Maître nageur, série Tati, 1997
Em paralelo, a 52ª Bienal de Veneza premiava Malick Sidibé, do Mali, com o prémio Lion d’or, o primeiro artista africano a receber esta recompensa, e a fotografia “Combat dês amis avec pierres”, 1976, a escolhida para ilustrar as revistas de arte contemporânea.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHu2o3xcIglXOf3Q_EZzJYg4tMLIKvwoZPHsM6fjBa1rR4_NvVOZUJ67_lo0p0CWfGHtwibcj54k5mnikM0Jr2le-Rs1iXE9UHzQ_FQXeOlYlOm0hLA_E9171qjRsORaPI8lytFA/s400/%2355+001.jpg)
O comissário americano, Robert Storr, abria pela primeira vez as portas da Bienal de Veneza ao continente africano. Considerando-se um autêntico “soixante-huitard”, Storr confrontou as várias gerações de artistas.
Malick Sidibé, considerado no seu país, Mali, um estereótipo do passado, era premiado em Veneza. Ironias…
E o mundo mudou com a geração “soixante-huitard”.
Passemos agora para a Europa, a Europa dos anos sessenta, onde uma geração crescia em segurança, e sonhava viajar para países exóticos. Ouviam música nos seus transístores portáteis e compravam os discos favoritos que ouviam nos programas de rádio. Os programas de rádio, emitidos nos grandes aparelhos que ocupavam um lugar de destaque nas salas de estar, deixou-se de ouvir em família, e a nova geração podia ouvir agora os programas que queria nas suas rádios portáteis. Se a “Swinging London” ditava as modas, os americanos não se deixaram ficar atrás: Em Maio de 63, no Marche aux Puces, vendia-se pela primeira vez as Levi’s genuínas, e a procura ultrapassou de longe a oferta. Jeans e mini saias, vestia agora a nova geração.
Os Europeus assistiam a um crescimento económico, medido por novos indicadores, o PIB, Produto Interno Bruto, e tinham agora acesso a uma gama de produtos que os consumidores americanos já estavam familiarizados: telefones, electrodomésticos, televisão, máquinas fotográficas, vestuário, transístores, gira-discos, carros…e o boom do consumismo passou a ser um modo de vida. Os adolescentes, “teenager” como lhes chamaram na América, existiam agora como um grupo distinto, que nunca tinha existido. Na geração anterior, era-se criança até sair da escola, e tornavam-se adultos quando começavam a trabalhar. Com a escolaridade prolongada e com dinheiro para gastar, as agências de publicidade não perderam a oportunidade para os aliciar. Apareceram revistas destinadas aos adolescentes e a publicidade cresceu na ordem dos 400% nesses anos sessenta. A economia, que até aí era baseada na agricultura, passava para uma economia de serviços, e a mulher entrava no mundo do trabalho, a dona de casa passava à história e o fosso entre as gerações acentuou-se. As cidades enchiam-se de jovens que abandonavam as terras para aí trabalhar e estudar, e as universidades ficaram a abarrotar.
Regressemos novamente a África, aos anos sessenta, que a nova geração de Bamako agora prefere esquecer e que julga que a globalização chegou com os telemóveis Nokia.
Em 1960, o Mali que fazia parte do Sudão Francês obtinha a independência. Malick Sidibé, nos finais da década de 50 começa a trabalhar em Bamako como assistente do fotógrafo francês Gérard Guillat, de alcunha “gégé la pellicule”. Será gégé influência de yé-yé?. Em 62 abre o seu estúdio, e dedica-se a fotografar as festas de uma geração que dança o twist ao som da música dos gira-discos portáteis,
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqrixkGIBcBT8pkMeVFR4VXQFUrbthuyPm4pNOL20HcX8DJxvFFGg-U7ymwGEJCqx45tHcIfWTE6ZmK9VBcmHEG4wy9jKx8ZzQn3AyNBZuhTL1ySp-cx0CwDi0w01jRtCNO2P18A/s400/Dance+the+twist,+1965.jpg)
Malick Sidibé, Twist, 1965
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguVDDkl7L3p_acQKcMWCNPv9cPIyPHE4ID-G2LlfF0vIJSkf-upyKAjFr1lEehW0trTdQ9Dw5XNAcaGwhfFFKlhJFrs_V4v2gPlWnNH4aGueDABm2lEQFRb1d810gBZ6Wcdy0L3Q/s400/Malick_Sidibe_Regardez_Moi_886_73.jpg)
Malick Sidibé, 1962
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9U53Htnf1vIQsJCRdlPfJKRo4t4se4Af6LtQ14jsZDUHb-37wpJ3GDWuJH3EYeGgP8167v4nW_GZBMUrucckdfGgHb9Bccg0zb-H9d5-mbh2oR2ZOTi8NGGtJymeKILqIsXvdtg/s400/Chez+Melle+Colette,+1964.jpg)
Malick Sidibé, Chez Mlle Colette, 1964
que faz de disco jokey,
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzRp_dcdAp4GRZ5SSxkDGfypYv51Zy84vE1yQk23YoPNZFsV-lrIJQ_MJU-tQuujcppbhUzlAcZiEbNyMOKyXK2WT8gHCtswrFxKdS2uakqTKboS4oe_ZTcI4PaSOzzafJMuPF1g/s400/%2355+005.jpg)
Malick Sidibé, do livro Chemises, 2007
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJAKxSiZtvHduaWEmob-v8kXL6tPEFovVBGYi91UNaBoyI72RTDHI2My5-Qr4TExMPEWfQXnvRh4lvuJ_eib8gW2mvZbxx3rJeXBg_aLUqOXVUZGysqgJGuoRJE3SjG_6BValbFQ/s400/%2355+006.jpg)
Malick Sidibé, do livro Chemises, 2007
usa mini saia e jeans,
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpleoO9-WwgkGrTIYMiD00wbhiZTNiw0qSqQcmdBjRd8kFnKNAU1oET2RYpno84XRTnQWZM_xKzyEJ9z4zQIp8btl12XvKYMTbme0NU1P3B_-HUg1PlMQT4Fs-7Wd0eFQnp9rmzw/s400/%2355+004.jpg)
Malick Sidibé, do livro Chemises, 2007
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmKFlELE2fyoA2S_s9KOFPlOaPqpYY4OmfjRw7h5q5LxAXRYCXmh24JOacnXqqlIxBS5opwbDgscRiSdLjemeBLmpX6FHzKkUOIr7b3YdNT9zgXubp7ClCstJuFY9ViUvzwaGxUw/s400/un+yeye+en+position,+1963.jpg)
Malick Sidibé, yeye, 1963
anda de mota,
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjApSxOc0Jq3iv8xa9zVRF8BbpZqA0MfB6iO21yK5S_NNA-c0QpBf4KkbqxurJK95RvpVE6AiEgeiceliGZclRJYuDt6uKGeYZn5WcwaDmDIOS1lzfymgYB218f4rjqv5TaFuDZfg/s400/%2355+003.jpg)
Malick Sidibé, do livro Chemises, 2007
e se diverte como os ocidentais.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8Ujfo3nyHjzWo7UvuJ7rx4KZtjACtlqPoa4R26pQA4Q1PKxN4aRisp34QSukbXF5cnxnd42VuXu2Pa96-_PrTVq6X9sCQxhyphenhypheniz75mGSxtREqUkOKLdBgZyhZvgITljQlcDiZY9w/s400/%2355+007.jpg)
Malick Sidibé, do livro Chemises, 2007
No dia seguinte, iam ao estúdio e escolhiam as fotografias que Sidibé numerava e colava em cartões e afixava nas paredes.
Em 2006, Jérôme Sother da Steidl, encontrou empilhados a um canto no estúdio de Sidibé, em Bamako, centenas destes cartões.
Em 2006, Jérôme Sother da Steidl, encontrou empilhados a um canto no estúdio de Sidibé, em Bamako, centenas destes cartões.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZHALzfM5GAZExJ7YB3_a4HHmkrY9MIbvop2oQSLkP24CCQ7YRjmiW2WJYB-UwtO6aPOjYNsU4gbm0IB_xSLZOoLfqjSMbfQXUyTVJt0PDL_Vw_tlSvvAQNKAdArc0KQVvrxpZFQ/s400/%2355+002+%5B1024x768%5D.jpg)
Malick Sidibé, do livro Chemises, 2007
“Chemises”, o livro editado no ano passado, selecciona os melhores. Para Sother estas fotografias constituem um documento único da sociedade de Bamako desses anos.
A geração de 60 transbordou da Europa e chegou a todo o mundo, e o mundo mudou com a geração “soixante-huitard”.
Charles de Gaulle, que um dia disse ser o guia dos franceses, julgou a nação satisfeita, os adolescentes dançavam, o desemprego baixava, a economia crescia, mas o que De Gaulle não viu, foi que esta geração farta de ser guiada estava prestes a revoltar-se,
A geração de 60 transbordou da Europa e chegou a todo o mundo, e o mundo mudou com a geração “soixante-huitard”.
Charles de Gaulle, que um dia disse ser o guia dos franceses, julgou a nação satisfeita, os adolescentes dançavam, o desemprego baixava, a economia crescia, mas o que De Gaulle não viu, foi que esta geração farta de ser guiada estava prestes a revoltar-se,
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwEMKnXqZOrwOFlYDhflEOhRLn1YNYUVO_kIoKjpPJWwnksa-aBAG5PxZXY1fIw7rzE0127NAeailNX5Red44kPAMY_FSzUlzrGCwm_hJRECUlsKRmYjJYOWjYxbOHYtdsn6noKw/s400/%2355+008.jpg)
Christer Strömholm
e no próximo post, que já é Maio, vamos então para a rua.
Ler mais...