Para juntar ao seu «Um post para guardar nos favoritos» - As relações entre a música e a fotografia são muitas:
Jazz e fotografia – Ed Van der Elsken em particular (textos e imagens do 5b4.blogspot).
Da sua sugestão resultou este post, com os agradecimentos à Filipa.
Nos anos cinquenta, Jazz e Rock’n’Roll pulsavam lado a lado. Se, em “Um post para guardar nos favoritos”, ouviu-se o Rock’n’Roll, hoje é a vez do Jazz. O som do jazz, que nasceu em Nova Orleães no Louisiana, foi subindo pelo rio Mississippi, Memfis, St.Louis e chegou a Chicago. Na década de 50, o jazz já atravessara o atlântico e invadia a Europa. Em Amesterdão, Ed Van der Elsken, fotografava os grandes, Miles Davis e, em 1959, editava “Jazz”, o seu terceiro livro fotográfico, um dos melhores livros sobre jazz.
Em Julho do ano passado inaugurou em Roterdão um museu da fotografia, Nederlands
Fotomuseum. Em simultâneo com a exposição de abertura, “Dutch Eyes”, uma retrospectiva de 150 anos de fotografia holandesa, “Jazz” de Ed Van der Elsken, tinha honras na inauguração. Na altura aproveitei a ocasião para mostrar as fotografias de Van der Elsken, mas o post em vez do jazz acabou por mostrar Saint-Germain-des-Prés, o bairro onde se juntou toda uma geração de loucos a viver desejosos de tudo em simultâneo e onde Elsken viveu de 1950-54. Em termos fotográficos resultou o seu primeiro livro, “Een Liefdesgeschiedenis in Saint Germain des Prés”, (Love on the Left Bank), de 1956, editado pela holandesa De Besige Bij. Paris não gostou deste livro cinemático cuja paginação é um permanente confronto de grandes/pequenos planos. Em 1955, já na Holanda, Elsken envereda também pelo filme, outra das suas paixões.Cinemático é também “Jazz”, e nas primeiras páginas,
Ed Van der Elsken, do livro Jazz, 1959a multidão responde aos primeiros sons. Nós espectadores, quer no palco quer junto da multidão,
Ed Van der Elsken, do livro Jazz, 1959
Ed Van der Elsken, do livro Jazz, 1959
Ed Van der Elsken, do livro Jazz, 1959seguimos a forma sincopada, polirítmica e improvisada, dessa música tão espontânea _ e a paginação segue essa mesma espontaneidade através dos instrumentos: metais, palhetas, baterias…
Ed Van der Elsken, do livro Jazz, 1959No ano passado a Steidl editou um facsimile de “Jazz” de Ed Van der Elsken que pode consultar aqui para ver e consultar mais páginas do livro.
Elsken transformou em livro a própria essência do jazz, tão difícil de definir, como disse, o pai, Louis Armstrong, “if you gotta ask, you’ll never know”.
Mas se a paginação também ajudou Elsken a transmitir o swing do jazz, Harvey Lloyd, fotografou o músico de jazz, Roland Kirk,
Harvey Lloyd, Roland Kirk, Jazz Musician, c. 1965e numa só imagem, sem a ajuda da paginação, vêmo-lo, no seu melhor, com o seu sempiterno saxofone.
P.S: O livro "Jazz" vai ser leiloado no próximo dia 10 de Abril pela Christies, veja aqui detalhes.
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Neste ponto podemos fazer uma ligação simples entre o modelo descrito e a prata do processo químico. As formigas reforçam as linhas depositando mais feromona (revelador), enquanto a evaporação elimina o que não interessa (fixador). Se nos lembrarmos que o grão (a alma da fotografia, Paulo Nozolino) surge dos “buracos” que aparecem na película devido à agregação dos sais de prata quando os tempos de revelação são longos, temos um quadro ainda mais interessante. Tal como as linhas desta camera obscura para formigas, que nascem do reforço constante de feromona nas áreas favoráveis, o grão emerge do reforço de revelação.

































