![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdgLCWm9tyGST7Om5jydFZJrpgXMYjG0h2mri6gQa8Q42XFcBjuRdFb14CGErhdgiSUlZiTPOHTuecyAhqsieH0m9ig0vzVH2So1tYx0MUyKO-4KRTeFIu0chd1Wa0XEnElkPg/s280/48+008+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, do livro "Changing New York", 1939
“Ele adorava Nova Iorque. Idolatrava-a desmesuradamente”.
“Para ele era uma cidade que existia a preto e branco”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV23LxbEDbb21fZjUiIlRZyqTLL4Uagwfp8Fb8fPCZpoG1W6Ppo0pYawP0OEAyIjjt-4mTC8lafrysuL7XT8uwSR90WFHXyGaoEExV7hdtDey8_rVCJX9zGuzjXj8xVSCreNHY/s280/48+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, do livro "Changing New York", 1939
“É melhor recomeçar”
“Ele era romântico em relação a Manhattan, como a tudo o resto. Estimulavam-no a lufa-lufa, as multidões e o trânsito”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqKEpkG-ZsRRjq492ZGpO2va-urBXiZ7z-75ZIrjFFh-fE7mDfhzSr8gHynpqQ5rvhyphenhyphenk8Nogy_0CXWXejl-8vT6hmV3OaScUoyLe-5fUtC5ku4GLDKAr0GlQDfahmvDcs19uDu/s280/48+004+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, do livro "Changing New York", 1939
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWsKBXBBP5TauaK7Ej2JhONY_6pkmLYDjyey1BToL2b_1d4Fm6vz5RLzxmKhRLjd401ng-EHjmZGYamcsQqb9li8iokXqEHa6MxxA1nDA5irqnfNNvWPweGwHetLWQuf-8Aw7v/s280/48+003+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, do livro "Changing New York", 1939
“É melhor recomeçar”
“Ele adorava Nova Iorque. Para ele era uma metáfora do declínio da cultura contemporânea”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbIWbDmOz4fLvWvi6IrBHpt6fGV-OfhyphenhyphenpDTrMoz2b2E-MT7dN9xkTo9U8JMqn0Z003wZjFR3wLI6IcSLuTnGMuAdoj06GTGYcm5A_XeCqp5lhUChRAL9XgSY4375UosEba1n2G/s280/48+005+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, do livro "Changing New York", 1939
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHsnOFWRCT6hO_fPZRCPAUPBLaA9jk-APPQzoShSiHm0L5IF6jF4DLQ37UEB32BMZ9J7TUDy8_c7fPUoDqZG4KZLj14dM1PldF-jjcPJlXyhkQ6-m6rQYunQH65Tdpo5FF-d-G/s280/48+006+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, do livro "Changing New York", 1939
Mas as fotografias, “desta cidade dos sonhos”, que o narrador de “Manhattan” via transformar-se rapidamente, não são do filme de Woody Allen, mas de Berenice Abbott, que também ela nutria uma “fantastic passion” pela cidade.
“É melhor recomeçar”, continua o narrador de “Manhattan” e as fotografias a preto e branco avançam ao som de Gershwin.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_thRdvzjZtLZa9M9r2T30D2ouJxg7yXiO-l7YqKKuFkujmNDtosAe1ydpyrcSOHslB8_aaZvZ71BJOHojzJ5eVt0VmRDlqs1xABPnhxam7Kpv9qLozTAGOTqsETtb5sBQDsil/s280/cap015+%5B800x600%5D.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-_WU0yVz8Ebj-CBPI-vlLglDTsgyFQeySWJfl-wqYXkL-zCoGeVXZlZHxoF5efmVUzpmf0RkRFQojPa4P6L7zw_BYB1MTqfmhW_G_soVgQCgdWPgB2VGb1E_xtJbH6Uux0HTG/s280/cap027+%5B800x600%5D.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM7hnvm2uQtSeofRelfOgiUw5G0uexyeZqCyJsqBViaZC0kYgCR7a8X8S48aV0ann6NLukiu3GjFc9DwPvzWav2c9-bjLzjiAaxc2JKqtCc0AcC9WQtDR1WL4AondvuqHCmMqS/s280/cap029+%5B800x600%5D.jpg)
E o elitista e o vernáculo, aquilo que os americanos chamam o “high” e o “low” parecem coexistir harmonicamente.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTN7Mcnd7gao6Ezf8kokLinsOuKnHNdv-e5q9rcvsnNtB6Oz7T6dtmMKOGlbGtDiHKliEDBNwidE9YZd_SJYwHfjVcppZD5BYVh53hIcAj2bkAkqRXjUQwcWvmIRE-hb8HP3jS/s280/48+015+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, do livro "Changing New York", 1939
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNer6L5LBBA3VJtECn5UNbSuYvt2LOhfmn5AoKOSQi2mOwLOoefVv4Co55OOe3dyM9TqdtuyokCo8CWfmVYmAJpQkTaF_kLQqOvlWsO9Lr6ZSElm0MJn1BdRXjGVm7-VoM7-50/s280/48+009+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, do livro "Changing New York", 1939
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFEIq7LfGE8BEmZBdKeIst3YGUOawm_bXhgxbM35XRhnLVghM3TzuM5vmCm3hryU7PtBcSmydudzLWPV932fMxdpjj9UYoOW4b0fz18gcoDYOKJrHOakOM6X_tR90WzyZ7yleV/s280/48+007+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, do livro "Changing New York", 1939
Sempre em mudança, Nova Iorque seduz, seduziu Abbott, que durante os anos 30, de forma sistemática e documental registou uma cidade em mudança. Seduziu o nova-iorquino de gema, Woody Allen, que nos anos 70, registou em filme, uma Nova Iorque, apinhada de gente, onde a fotografia triunfava e entrava nos museus e galerias: “parecem-me decalcadas das de Diane Arbus, mas sem o humor dela”, diz a amante do amigo na galeria de Castelli, quando Isaac com a namorada os encontra.
Com os sucessivos embargos petrolíferos, os anos 70, foram anos de recessão económica, e na América os índices de desemprego e inflação subiram acima dos 10%, números que a nação não via desde a Grande Depressão. Em 1979, filmar a preto e branco era coisa do passado e consequentemente muito mais oneroso, e lembro-me como a crítica se entreteve a especular como teria sido muito mais barato filma-lo a cores - mas Woody Allen via Manhattan a preto e branco, tão longe do modelo mais acabado do kitsch, de "Vicky Cristina Barcelona", o seu último filme.
À noite, a cidade iluminada,
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUMWuVjqh9gjzXyFAPvvjMQbUZp_3YxpiSHjmpkTrT55JN_Vyt428NAOK9OLDb7Ba-kRtTRcTvodgDJ6xHL0RR_ghvbHChhK9xsL99q8_Rj_ByiFzSScEEPT-DNyRcn-aNKT0w/s280/cap004+%5B800x600%5D.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTiehJmGE4n9R_0Gbknwyd-ragMHWlJfwPHfPanhZX-33-0Mqc_xK1ii5E1TgJD-Hu69UvzXVZ_PpJxpSMq5JtwhCpGIfM1mGfI6IIjfFgQf_mgZrED4PbQ1kmVJLu0DPeqV-4/s280/cap036+%5B800x600%5D.jpg)
não é de Abbott, mas do filme "Manhattan", “night sceens” e muitas outras ideias que escreveu no guião, “interiors, Union Square street speeches, election night…” acabaram por nunca serem realizadas.
Em Lower East Side, para captar melhor o mercado de rua,
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCCiUnJL90I5YPPR_LtZMgJQBjrFLTLx0EnBSuevQ0LXqtGf2MTEsgLU3nk5s445GEmJBnGMcjeWDEY1pgZTth1rfyMKsy4nlZ60EF73sRGldKhU__ttd4xH3dlVdqGNdD2QP2/s280/48+010+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, do projecto WPA, 1935-41
entrou no apartamento de um residente, porque não aproveitou para fotografar o interior?
É melhor recomeçar.
Antes de partir para a Europa, 1921, Abbott, fazia parte da famosa tertúlia de intelectuais de Greenwich Village.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuMv-P_HPrhRsqoJkVfWe7PvOAqCGisvRamhOehpxNlhxTR0n_D1hMXF8NB9DTuTy4gRRkSDQR4IEcvmSykrSdWtR53y_pQ9FNamc1TJBQjqZbJfMJOgTWBxwBi2NhizWputcL/s280/48+012+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, Greenwich Village, do projecto WPA, 1935-41
Em Paris, onde queria estudar escultura, acabou empurrada para a fotografia, e nada melhor que o seu amigo, o dadaísta Man Ray, para a iniciar.
Passado oito anos regressa a Nova Iorque. Quer encontrar um editor para o livro que prepara sobre Atget. Seduzida pelas transformações por que passava a cidade, e na esteira do que Atget fizera em relação à arquitectura de Paris, impôs a si própria a tarefa de salvar, fotograficamente, a arquitectura vernácula da grande cidade.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2Es_fqrLAfZCyCrX5fF3hk_GkdiDpidH8BiPL2INDQodpnFsfxudR7mattUNibM-tP3TN471XNi9K5Vf6rogye2Q2UC_3M3K6aGu5AmB40kwdtUQ5OtPsCziIXXvb6HASEPGe/s280/48+002+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, do livro "Changing New York", 1939
Risca o regresso a Paris, e Nova Iorque passa a ser a sua obsessão fotográfica, como ela própria disse: “I want to do in Manhattan what Atget did in Paris”. Com a recessão económica a alastrar é obrigada a deixar o estúdio que alugara no luxuoso Hotel des Artistes em Central Park. Ao contrário da elite que retratou em Paris, que a tornou célebre, percebeu que nenhum americano estava disposto a gastar 50 dólares por um retrato, e procura apoios para avançar com o seu - “Changing New York”.
Ao invés do que muitos pensam o “New Deal” de Rossevelt não se restringiu a reformar a produção económica da nação, os artistas não foram esquecidos, e ao invés do que muitos pensam a fotografia do “New Deal”, não se restringiu à quinzena de fotógrafos que trabalharam para a Farm Security Administration, FSA, a Works Progress Administration, WPA,
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB74qj2YhJGNvD6fe28eSyzTbrGufdh-8CFYpAFw_ILVYJwscEFkVur9GA37-wyq1BDNrOQOD2aAlj7R_bAH6c8CI2Zz_05l_O0uMrWf8c83enNPrEwV166Hcu0cjVNIVQZ7TM/s280/48+013+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, do projecto WPA, 1935-41
aceita financiar-lhe o projecto e o resultado foram centenas de fotografias de Nova Iorque, hoje arquivadas no Museu da cidade.
Em 1939, numa parede de tijolos, Abbott anunciava o seu “Changing New York”,
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsvqJRMY3b5ljxVyAfj7xOZPZbjboWhWg4ooX0rXi9QX9hidExeTLNFBpuhVGSisxCOhUC32yCQ65i3thVTAG9jo9LwHNcPNG7jjdG1w5Qw_bxfpKNMTSSbo4EfcosYelNJFwn/s280/48+014.jpg)
que a editora E.P.Dutton and Co decidira publicar por ver nele um guia turístico para acompanhar o acontecimento do ano: o New York World’ Fair. Em vão protestou o design e a geografia imposta, e no último minuto, via serem retiradas três fotografias que a editora considerava polémicas. De “Construction Old and New”, uma das três preteridas, restou o detalhe do muro de tijolos da capa.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcY1dDq3q1OgIhlXNdN5MgWsp3R1Pk2UYoky-FPcId0OzQh4INxCUKVIWDGHSzmOQJHcxTTOVGh_3GnUhsAyuty3leQJfM3mqKOziiZ91BO2U4Oo2RhPz-gc1kULAFWXDqt2fO/s400/48+011+%5B800x600%5D.jpg)
Berenice Abbott, "Construction Old and New" do projecto do WPA, 1935-41
Ao ideal estético que correspondem as imagens-chave do kitsch, a inspiração, ao contrário, é um golpe do acaso.
;) então essas imagens são delas....Gostei deste poste!
ResponderEliminarbeijos
brilhante. mesmo.
ResponderEliminar