Antes de aceitar o cargo ocupado por Edward Steichen, Szarkowski já era um fotógrafo reconhecido. Apaixonara-se pela fotografia ao ver “End of an Era”, 1938, de Dorothea Lange.
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“Julguei erradamente a fotografia pois vi uma mulher rica, conservadora, que olhava pela janela do seu carro...quando olhei para esta fotografia esclamei Wow, that’s what I want to be...mas quando vinte cinco anos mais tarde trabalhava com Dorothea numa retrospectiva li o título inteiro escrito no envelope onde estava o negativo: “Funeral Cortege – End of an Era in a Small Town”. Afinal tratava-se de um carro funerário e a expressão de severidade era agora de tristeza, mas “the lesson was that it didn’t really change the picture. The picture was just good”, disse Szarkowski numa entrevista, 2004, a Nicole Krauss.
Nas reuniões semanais descobriu fotógrafos cujas obras resultaram no programa das exposições do museu, 160 foi o total de exposições que supervisou.
Logo no início, 1962, Diane Arbus. O portfólio que Arbus lhe mostrou, imagens abstractas que ele já vira no Harper’s Bazaar não lhe interessaram, mas no meio de todas aquelas fotografias uma destoava: “Teenage Ballroom Dancing Champions”.
Nas reuniões semanais descobriu fotógrafos cujas obras resultaram no programa das exposições do museu, 160 foi o total de exposições que supervisou.
Logo no início, 1962, Diane Arbus. O portfólio que Arbus lhe mostrou, imagens abstractas que ele já vira no Harper’s Bazaar não lhe interessaram, mas no meio de todas aquelas fotografias uma destoava: “Teenage Ballroom Dancing Champions”.
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Diane Arbus, Teenage Ballroom Dancing Champions
Szarkowski ficou maravilhado “that’s the change that happened in her work at about that time”. Para Szarkowski, a obra de Arbus, herdeira da tradição documental, era o exemplo do que ele viria a definir como imagens inconfundivelmente fotográficas.
Não partilhando a visão fotojornalista de linguagem universal do seu antecessor, Edward Steichen, Szarkowski retomou a ideia de autor de Beaumont Newhall, o fundador do departamento de fotografia do MoMA. Com uma visão mais alargada, Szarkowski não se restringiu ao elitismo de autor, o importante na fotografia eram as características visuais que lhe eram intrínsecas e tanto expõe os velhos mestres, Atget, Brassai, Kertész... como promove os novos talentos que descobria nas suas reuniões de quinta-feira, William Eggleston, Zeke Berman, Ray Metsker, Garry Winogrand...
Hoje Szarkowski é acusado por muitos de modernista, pois a fotografia que mostrou enquanto director do departamento fotográfico do MoMA representou ao nível institucional o modelo da fotografia moderna. O conceito de modernidade que se seguiu à segunda grande guerra foi materializada nos textos de Clement Greenberg que preconizava a autonomia das diferentes disciplinas artísticas. A fotografia no entender de Szarkowski tinha autonomia e especificidade própria para ser também ela uma disciplina artística e através de exposições que comissariou, “The Photographer’s Eye” 1964, (que reuniu um conjunto de fotografias de autor e anónimas), “New Documents”,1967, (que reuniu, Arbus, Winogrand e Friedlander), “Looking at Photographs” (1973), e outras, demonstrou que o estilo e tradição documental representada nos Estados Unidos pela “straight photography”, (fotografia pura não manipulada) tinha uma estética própria, que não recorria a métodos que não fossem puramente fotográficos.
Na mesma época mas numa direcção oposta outros artistas deixavam a cópia directa do mundo real para trabalharem a cópia da cópia, a encenação e a construção da própria imagem, questiona-se a autonomia e o autor da obra e assiste-se a uma redefinição da obra de arte. A fotografia era um meio excelente quer para representar ideias quer para a realização de experiências. No princípio, na década de 1960, são os trabalhos de Bernd e Hilla Becher, Edward Ruscha, Bruce Nauman...na década seguinte juntam-se Sherrie Levine, Cindy Sherman, Richard Prince... até que, em 1977, “Pictures” na Artists Space de Nova Iorque, comissariada por Douglas Crimp, é a grande exposição que rompe com o conceito de moldura. Em "Pictures" assiste-se ao cruzamento de diferentes géneros: filme, fotografia e texto, como suporte de projectos conceptuais e a exposição atinge um retumbante êxito.
Não partilhando a visão fotojornalista de linguagem universal do seu antecessor, Edward Steichen, Szarkowski retomou a ideia de autor de Beaumont Newhall, o fundador do departamento de fotografia do MoMA. Com uma visão mais alargada, Szarkowski não se restringiu ao elitismo de autor, o importante na fotografia eram as características visuais que lhe eram intrínsecas e tanto expõe os velhos mestres, Atget, Brassai, Kertész... como promove os novos talentos que descobria nas suas reuniões de quinta-feira, William Eggleston, Zeke Berman, Ray Metsker, Garry Winogrand...
Hoje Szarkowski é acusado por muitos de modernista, pois a fotografia que mostrou enquanto director do departamento fotográfico do MoMA representou ao nível institucional o modelo da fotografia moderna. O conceito de modernidade que se seguiu à segunda grande guerra foi materializada nos textos de Clement Greenberg que preconizava a autonomia das diferentes disciplinas artísticas. A fotografia no entender de Szarkowski tinha autonomia e especificidade própria para ser também ela uma disciplina artística e através de exposições que comissariou, “The Photographer’s Eye” 1964, (que reuniu um conjunto de fotografias de autor e anónimas), “New Documents”,1967, (que reuniu, Arbus, Winogrand e Friedlander), “Looking at Photographs” (1973), e outras, demonstrou que o estilo e tradição documental representada nos Estados Unidos pela “straight photography”, (fotografia pura não manipulada) tinha uma estética própria, que não recorria a métodos que não fossem puramente fotográficos.
Na mesma época mas numa direcção oposta outros artistas deixavam a cópia directa do mundo real para trabalharem a cópia da cópia, a encenação e a construção da própria imagem, questiona-se a autonomia e o autor da obra e assiste-se a uma redefinição da obra de arte. A fotografia era um meio excelente quer para representar ideias quer para a realização de experiências. No princípio, na década de 1960, são os trabalhos de Bernd e Hilla Becher, Edward Ruscha, Bruce Nauman...na década seguinte juntam-se Sherrie Levine, Cindy Sherman, Richard Prince... até que, em 1977, “Pictures” na Artists Space de Nova Iorque, comissariada por Douglas Crimp, é a grande exposição que rompe com o conceito de moldura. Em "Pictures" assiste-se ao cruzamento de diferentes géneros: filme, fotografia e texto, como suporte de projectos conceptuais e a exposição atinge um retumbante êxito.
Modernista ou pouco aberto a esta mudança de paradigma, para Szarkowski a "fotografia criativa não depende da aprovação dos museus. Ela está nos museus não para se elevar a si própria mas sim para elevar aqueles que olham e a vêem".
Em 1991, Szarkowski volta finalmente a pegar numa máquina fotográfica. À semelhança de Allen Greenspan que, durante os 17 anos que esteve à frente da Reserva Federal Americana nunca investiu em acções para não influenciar o mercado, também Szarkowski nunca expôs ou publicou o seu trabalho enquanto esteve no MoMA para evitar e dissipar toda e qualquer confusão de julgamento enquanto Curador de Exposições.
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Em 2005, o San Francisco Museum of Modern Art, para celebrar os 80 anos de Szarkowski,
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organizou uma retrospectiva do seu trabalho e a exposição chegou ao MoMA, onde Szarkowski dedicou trinta anos da sua vida, no ano seguinte.
No mês passado, no dia 7 de Julho, morreu um dos grandes curadores da fotografia.
No mês passado, no dia 7 de Julho, morreu um dos grandes curadores da fotografia.
gostei mto do blog, parabens! gostava q tivesse RSS disponível.... cumps!
ResponderEliminarsó para dizer que costumos passar por aqui muitas vezes, gosto muito da intensidade e amor com que fála de fotografia e de livros.
ResponderEliminarana
Miguel, obrigado pela sugestão
ResponderEliminare Ana agradeço a sua simpatia