

“For Sale” é quase invisível, pois a estrada ocupa o primeiro e principal plano, “são propriedades à venda em Santa Ana, Downey...locais onde por vezes as coisas mais banais são para mim importantes...gostei imenso de ter tirado estas fotografias numa tarde...”, comenta Ruscha, e “Real Estate Opportunities” é um livro fiel ao seu estilo sem estilo, pois para ele "it's not only photography that interests me, it's the whole production of the books...I never take pictures just for the taking of pictures; I'm not interested in that at all. I'm not intrigued that much with the medium...I want the end of product; that's what I'm really interested in. It's strictly a medium to use or to not use..."

Walker Evans começou a fotografar de forma directa e simples “as coisas mais banais”, bombas de gasolina, barbearias, casas nas pequenas cidades do Midwest,...e com ele nasce uma nova iconografia visual tipicamente americana.
Com o baby boom do pós-guerra os subúrbios seduziram. Em “Homes for America”, 1966-67, Dan Graham fotografou as novas casas construídas de forma rápida e standardizada


que proliferaram pelo país e ironizou as combinações possíveis que os catálogos de venda permitiam aos novos locatários.

Em 1978, “Alteration to a suburban house” é o culminar da sua reflexão sobre a vida nos subúrbios.

Constrói uma casa sem fachada, semelhante à casa Farnsworth de Mies van der Rohe,

onde no interior um espelho dividia a frente das traseiras. O espelho permite a dupla exposição, o transeunte vê-se simultaneamente na sala de estar da casa e na rua, “I look in and see muself looking out...there is no interior. What the huge window reveals is not a private space but a public representation of conventional domesticity, an image of socially accepted normalcy”, refere Graham. ”. Para Graham os subúrbios são a uniformização e a falta de privacidade, é o ver e o ser visto.
Lewis Baltz nasce com o baby boom e cresce em Newport Beach, um subúrbio de Orange County. “The Tract Houses”, 1969-71, é uma das suas primeiras séries e seguem-se outras “Prototype works” 1967-76. Baltz vê as novas construções como linhas de montagem, “Like automobiles, houses were sold on a price scale to fit family budgets, from less than $10.000 to about $150.000” e fotografa as casas desabitadas, porque ainda em construção, nos subúrbios de São Francisco.


O trabalho repetitivo das séries é reflexo da época, vive-se numa sociedade de consumo e na arte é a influência pop e minimal.

Em 1972, é “Suburbia” de Bill Owens.

Ás fotografias Owens junta as impressões de quem aí vive, a aparente felicidade dada pelo consumo.

“Our house is built with the living room in the back, so in the evenings we sit out front of the garage and watch the traffic go by”

“I bought the Doughboy pool for David and the kids and now no one wants to take the responsibility for cleaning it”.


Recentemente Gregory Crewdson recria o universo das periferias suburbanas, e no crepúsculo, criado artificialmente pelas luzes que utiliza, Crewdson procura sensações de mistério no meio da iconografia do dia a dia dos subúrbios.
Gregory Crewdson segue no próximo post.
Sem comentários:
Enviar um comentário