Glacier des Bossons, Savoie, Alpes, Auguste Bisson, 1861
David Stephenson, nasceu nos Estados Unidos da América e é o acaso que o leva à Tasmânia, na Austrália, confundiu-a com a Tanzânia, em África. Tal como as figuras minúsculas de Bisson, que nos servem de escala para melhor percepcionarmos a grandeza das montanhas, o auto retrato de Stephenson nesta escalada arripiante ao “Lapis Lazuli” na Tasmânia, é também um ponto minúsculo na paisagem.
Ben Lomond, Tasmânia, 1986. (escalada "Lapis Lazuli"), David Stephenson
Mas ao contrário de Bisson, Stephenson para captar a montanha na sua grandiosidade precisa de 6 imagens.
“É na natureza, que o sublime se sente mais intensamente”, e as paisagens do Colorado e Novo México foram as que tiveram maior efeito em Stephenson, o mesmo efeito que tivera o Arizona em Max Ernst. Embora distante da sua pátria, nos desertos Australianos, Stephenson sente a mesma sensação de sublime.
Ernest Giles Road 2, Austrália Central, 2005, D. Stephenson
Fruto também do acaso, uma violenta tempestade, levou-o uma vez em Roma a refugiar-se no Panteão. Ficou extasiado com o que viu, a àgua corria em cascata ao entrar pelo óculo da cúpula. Quando o sol apareceu, tudo ficou iluminado e a luz refractada pelas gotas de água criou um efeito assombroso.
Sublime foi a experiência que Stephenson viveu. Foi a primeira cúpula que fotografou, “a seguir veio o projecto de outras cúpulas, abóbadas e zimbórios dos quatro cantos da Europa”,
Portugal não foi esquecido.
Basílica (iniciada em 1717), Mafra, Portugal, 2003, D.Stephenson
Mas o trabalho que vemos de Stephenson, é mais vasto. O enorme deserto australiano é também propício para de olhos postos no céu olharmos a abóboda celeste. Na sua série estrelas, Stephenson joga com o tempo e faz sobreposições. Não se limita a dirigir a máquina fotográfica para o céu e fotografar.

Stephenson, “reinventa o sublime nas suas fotografias”. Por seu lado, Jorge Calado, através da montagem e composição das fotografias no espaço da exposição, reinventa uma leitura que nos leva ao “sublime”.
Quis o acaso, quando me vinha embora da exposição, que Stephenson aparecesse, agradeci-lhe a magnífica exposição.
Sem comentários:
Enviar um comentário